BECO | 9ª Semana Criativa de Tiradentes
- brasileirostudiosi
- 4 de out.
- 2 min de leitura
Atualizado: 30 de out.












Projeto: BECO | Instalação 9ª Semana Criativa de Tiradentes Autores: Brasileiro Studio e Zoom - Urbanismo, Arquitetura e Design Fotografia: Felipe Pereira Sant'Anna
Tipologia: Urbano | Design de Mobiliário
Local: Tiradentes, Minas Gerais, Brasil
Ano: 2025
Sejam bem vindos(as) ao BECO!
BECO s.m. rua estreita e curta, por vezes sem saída; ruela. (HOUAISS, 2001).
A etimologia é incerta, mas seu lugar sempre existiu, mesmo que na hierarquia de uma cidade nunca tenha tido projeto ou destaque. Na configuração urbana, o beco surge como interstício e crava seu espaço como atalho/passagem, sendo comumente adotado por aquele que se esgueira e despreza – dejeto, corpo ou narrativa. BECO é uma intervenção urbana no beco do Zé Moura, e convida à reflexão sobre as múltiplas camadas que se sobrepõem à construção de um espaço que, mesmo ocupando centros, torna-se marginal. Ao tornar o beco protagonista, busca-se alcançar um devir através da revisita, revisão e ressignificação de um passado presente, para a especulação e construção de um futuro-presente. São inúmeras as narrativas, coletivas e individuais, que atravessam o lugar: desde a narrativa que lhe confere o nome, narrativas que foram apagadas e até as que são inscritas e reescritas em suas paredes por novos locutores e personagens. A premissa do projeto é materializada a partir de uma simples, mas potente, ação: sentar no meio do caminho. O mobiliário de design autoral revisita uma técnica ancestral de origem africana, sustentada no conceito de tornar vazado o que é sólido, não para apenas observar o que há no interior, mas para que o interior se projete no que é externo. A Linha Muxarabi (Zoom + Brasileiro Studio), é desenvolvida em Mogno Africano, abraça o conceito: sentar, para iluminar – em sentido literal e subjetivo. BECO é, portanto, o desejo de que tais atalhos espaciais, muitas vezes marginais, possam constituir simples, mas potentes, conexões para a projeção de associações e reflexões que consolidam a relação entre memória, patrimônio, urbanismo e design. Afinal, como é expressado por João do Rio, "Oh! Sim, as ruas têm alma!", de modo que rua não é apenas cenário, ela é personagem, e em suas esquinas e becos, residem narrativas anônimas que nem sempre chegam às praças largas, mas aqui elas podem ser ouvidas, vistas e experienciadas.




